ATÉ ELE TEM VERGONHA!


Tributos

O gerente que enfrenta um leão por dia

Sílvia Pimentel - 9/8/2009 - JORNAL DIÁRIO DO COMÉRCIO
Profissão é cada vez mais requisitada com a legislação em mudanças.Eles precisam acompanhar as frequentes mudanças na legislação tributária. Entendem de contabilidade, finanças, economia e da área jurídica. E num País com carga fiscal superior a 35% do Produto Interno Bruto (PIB), têm como desafio encontrar atalhos legais para economizar no pagamento de impostos. São os gerentes de tributos, cada vez mais procurados e valorizados pelas empresas. No momento, as novas regras contábeis e o maior uso do regime da substituição tributária são duas novidades a movimentar a rotina desses profissionais.

"A legislação tributária é dinâmica. Praticamente todos os dias as empresas são surpreendidas com mudanças nas leis", resume o diretor da divisão tributária da Crowe Horwath RCS, Alberto Brumatti Jr, responsável por uma equipe de 40 pessoas. Ele explica que a quantidade de tributos exigidos no Brasil e o emaranhado de leis e normas complexas levam muitas empresas, especialmente as maiores, a dividir funções. Ou seja, há gerentes específicos para lidar com os impostos indiretos (IPI, ICMS, ISS, Pis e Cofins) e outros cuidam dos chamados diretos (IR, CSLL). O trabalho parece árduo e qualquer deslize pode acender a luz vermelha para o fisco. "A classificação correta dos produtos com os quais uma empresa trabalha, por exemplo, precisa ser verificada pelo menos uma vez por semana", detalha.

De acordo com Brumatti,um dos requisitos básicos para desempenhar bem a função de gerente de tributos é conhecer profundamente a empresa em que trabalha, para quem ela vende, de quem ela compra e, em tempos de substituição tributária, conhecer a legislação dos 27 estados. Isso sem contar as legislações dos municípios e da União. "O mundo tributário é cruel. É preciso gostar muito para trabalhar nessa área", diz o diretor.

No momento, o atraso da Receita Federal na definição do programa que será usado para a declaração do Imposto de Renda das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real tira o sono de Brumatti, que prevê um corre-corre para conseguir cumprir os prazos estabelecidos pelo fisco. Tradicionalmente, a Receita libera o programa no mês de março, mas até agora não se pronunciou. "Quando isso acontecer, teremos só um mês para providenciar as declarações", reclama.

O diretor de tributos da Danone, Anderson Luciano, tem 34 anos e começou a trabalhar na área aos 17, na KPMG. Formado em Ciências Contábeis, hoje ele comanda uma equipe com 20 pessoas e está concluindo o curso de Direito. De acordo com ele, os funcionários voltam sua atenção para o regime da substituição tributária, técnica de arrecadação valorizada pelo fisco paulista em que o recolhimento do ICMS é concentrado na indústria. A ferramenta tem incrementado os cofres do estado. Para as empresas, aumentaram os custos e a burocracia. "É o assunto que demanda maior tempo e esforço", conclui.

Bom salário – Pesquisa da Catho On Line mostra que o salário médio de um gerente de tributos nas empresas com faturamento anual de R$ 15 milhões a R$ 30 milhões está em torno de R$ 9,3 mil. Em outubro do ano passado, o salário era de R$ 8,7 mil.

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